Quem é o maior ALFA PORTUGUÊS da actualidade?

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

ELOGIO AO AMOR- Miguel Esteves BETA Cardoso

Quando andava de barco pelos fjordes de Oslo, a guia disse 3 coisas que me ficaram na cabeça:
1- Que Oslo era a maior cidade do mundo;
2- Que a família real era extremamente modesta como se podia constatar pela casa de férias num Fjorde. Continuou a puta da guia: eles passam 9 meses no Brasil e 3 meses na Noruega.
3- Seguiu-se a frase do século: quando o princípe real precisou de comprar um barco para fazer uma regata, fizeram um peditório pelo país e todos entregaram uma contribuição e ele lá comprou o barco.

Os escandinavos são capazes de ser o povo mais merdoso que eu até hoje conheci, com os finlandeses à cabeça.

Para os clones do IKEA:
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=465419

Passemos ao texto do Beta Cardoso sobre o Amor:

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

Começaste bem, não percebes um crl do que ias para dizer. Mas ainda assim continuaste.


O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixonade verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Quem é que se junta por causa das contas da lavandaria em Portugal meu crl??? A verdade é que em Portugal toda a gente tem máquina de lavar roupa. O tuga é calinas. Até as badalhocas das estrangeiras Erasmus que tanta alegria me dão têm. O que significa este parágrafo é que copiaste este texto de algum estrangeiro, não é?


Hoje em dia aspessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passívelde ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia serdesmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Mais merda. Como é que se fica praticamente apaixonados? Mas deste uma dica daquilo que realmente se trata neste texto: da paixão. O amor que é algo completamente diferente pode ou não ter paixão.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amorcego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há,estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, sãouma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

Ainda tenho o gosto a vómito na boca depois de ter lido este parágrafo. Alguém acaba com o sofrimento deste gajo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nascostas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amorfechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor éamor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como nãopode. Tanto faz. É uma questão de azar.

Romance, gritaria, facada, abraços, flores, etc. Ora bem, a primeira ideia que me vem à cabeça é que andas a ver demasiadas comédias românticas. Sim, aquelas em que um badocha, caixa de óculos, com uns grandas abanos fica com a melhor gaja. Aqui tens um wake up call filho da puta: SÃO FILMES. Na vida real o ppl, peida-se arrota-se, etc, etc. Aliás o peido é talvez o melhor indicador se um gajo se sente à vontade com a mulher. Longa vida ao peido. Nenhum gajo consegue encolher o pantufas durante a vida inteira. Se o fizer é porque leva uma vida artificial e não se sente à vontade com a gaja.


O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio,não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não sepercebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor éa nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.

A vidinha é uma convivência assasina... tenho lido esterco, mas deste nível. Este texto é bacano para pessoal ingénuo. A vida é o contrário disto tudo. Há breves intervalos em que sentimos isto. Qualquer gajo que lê esta merda e a queira por em prática com uma gaja levará a mesma a pensar:

a) é virgem

b) é gay

E mais as gajas no final do dia não curtem gajos românticos. Gostam gajos fodidos que dêem pinta de românticos de vez em quando. Ninguém gosta de coisas fáceis (eu gosto de gajas fáceis só para pinar), porque as coisas fáceis não têm valor. Qualquer gajo que abra portas, flores, etc, dará pinta que é fácil. Erro crasso que foderá qualquer relação que venha a ter, pois terá criado expectativas erradas que não conseguirá manter. O romance basicamente traduz-se no facto do homem fazer coisas que não gosta para agradar a mulher. Quanto mais romance no princípio da relação mais ficará ela à espera que continue.


O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amorque se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se podeceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Aqui temos finalmente a verdade. O amor tal como este imbecil escreve é uma ilusão. O que este gajo retrata aqui bem é da paixão que não tem nada a ver com o amor. Eu sinto paixão por uma gaja quando a vejo de saia branca e fio dental preto. Eu sinto amor por uma gaja quando estou disposto a dar a minha vida por ela. Eu amo o meu cão scuba, mas não tenho paixão por ele, nem o ando a pinar. A paixão tem de estar presente numa relação, mas o amor verdadeiro, é muito mais do que gritarias, etc. O amor é exactamente o contrário do que este imbecil diz. Amor é visitar a namorada quando ela está doente, é atender o telemóvel e mudar-lhe o pneu às 3 da manhã, apanhá-la a estação de autocarros quando ela chega às 4 da manhã do Porto. Discussões e gritarias já tive várias com badalhocas, embora dessem grandes fodas, por nenhuma delas me levantava às 3 da manhã. Ninguém diz que a ilusão não é boa. Uma das maiores ilusões que temos é pensar que vamos viver para sempre. Mas a realidade, a puta da realidade tem a mania de nos bater à porta. E aí descemos à terra. E quanto mais perto das nuvens estamos, mais o rabo nos doi quando batemos no chão.


Lido o vómito sobre o amor, passemos ao texto sobre o casamento:


"Confesso que a minha ambição era a mais louca de todas: revelar os segredos de um casamento feliz. Tendo descoberto que são desaconselháveis os conselhos que ia dar, sou forçado a avisar que, quase de certeza, só funcionam no nosso casamento.

Não imbecil de merda. Funcionam em qualquer um. Os filmes é que enchem as pessoas fraquinhas de cabeça, leia-se Badalhocas, com ideias que os casamentos devem ser qualquer coisa de diferente do que é.


Mas vou dá-los à mesma, porque nunca se sabe e porque todos nós somos muito mais parecidos do que gostamos de pensar.

O casamento feliz não é nem um contrato nem uma relação. Relações temos nós com toda a gente. É uma criação. É criado por duas pessoas que se amam.

O nosso casamento é um filho. É um filho inteiramente dependente de nós. Se nós nos separarmos, ele morre. Mas não deixa de ser uma terceira entidade.

Quando esse filho é amado por ambos os casados - que cuidam dele como se cuida de um filho que vai crescendo -, o casamento é feliz. Não basta que os casados se amem um ao outro. Têm também de amar o casamento que criaram.

O nosso casamento é uma cultura secreta de hábitos, métodos e sistemas de comunicação. Todos foram criados do zero, a partir do material do eu e do tu originais.

Foram concordados, são desenvolvidos, são revistos, são alterados, esquecidos e discutidos. Mas um casamento feliz com dez anos, tal como um filho de dez anos, tem uma personalidade mais rica e mais bem sustentada, expressa e divertida do que um bebé com um ano de idade.

Agora realmente falaste de amor. Uma completa contradição com o outro texto.

Eu só vivo desta maneira - que é o nosso casamento - vivendo com a Maria João, da maneira como estamos um com o outro, casados. Nada é exportável. Não há bocados do nosso casamento que eu possa levar comigo, caso ele acabe.

O casamento é um filho carente que dá mais prazer do que trabalho. Dá-se de comer ao bebé mas, felizmente, o organismo do bebé é que faz o trabalho dificílimo, embora automático, de converter essa comida em saúde e crescimento.
Também o casamento precisa de ser alimentado mas faz sozinho o aproveitamento do que lhe damos. Às vezes adoece e tem de ser tratado com cuidados especiais. Às vezes os casamentos têm de ir às urgências. Mas quanto mais crescem, menos emergências há e melhor sabemos lidar com elas.

Se calhar, os casais apaixonados que têm filhos também ganhariam em pensar no primeiro filho que têm como sendo o segundo. O filho mais velho é o casamento deles. É irmão mais velho do que nasce e ajuda a tratar dele. O bebé idealmente é amado e cuidado pela mãe, pelo pai e pelo casamento feliz dos pais.

Se o primeiro filho que nasce é considerado o primeiro, pode apagar o casamento ou substitui-lo. Os pais jovens - os homens e as mulheres - têm de tomar conta de ambos os filhos. Se a mãe está a tratar do filho em carne e osso, o pai, em vez de queixar-se da falta de atenção, deve tratar do mais velho: do casamento deles, mantendo-o romântico e atencioso.

Ao contrário dos outros filhos, o primeiro nunca sai de casa, está sempre lá. Vale a pena tratar dele. Em contrapartida, ao contrário dos outros filhos, desaparece para sempre com a maior das facilidades e as mais pequenas desatenções. O casamento feliz faz parte da família e faz bem a todos os que também fazem parte dela.

ia adormecendo a ler esta parte...

Os livros que li dão a ideia de que os casamentos felizes dão muito trabalho. Mas se dão muito trabalho como é que podem ser felizes? Os livros que li vêem o casamento como uma relação entre duas pessoas em que ambas transigem e transaccionam para continuarem juntas sem serem infelizes. Que grande chatice!

Novamente contradizes-te infeliz. Mas a million dollar question é:

PORQUE CRL ANDAS TU A LER LIVROS SOBRE CASAMENTOS FELIZES??? SERÁ PORQUE O TEU É INFELIZ??? OU PELO MENOS ASSIM O PENSAS BETA CARDOSO.

Quando vemos o trabalho que os filhos pequenos dão aos pais, parece-nos muito e mal pago, porque não estamos a receber nada em troca. Só vemos a despesa: o miúdo aos berros e a mãe aflita, a desfazer-se em mimos.

É a mesma coisa com os casamentos felizes. Os pais felizes reconhecem o trabalho que os filhos dão mas, regra geral, acham que vale a pena. Isto é, que ficaram a ganhar, por muito que tenham perdido. O que recebem do filho compensa o que lhe deram. E mais: também pensam que fizeram bem ao filho. Sacrificam-se mas sentem-se recompensados.Num casamento feliz, cada um pensa que tem mais a perder do que o outro, caso o casamento desapareça. Sente que, se isso acontecer, fica sem nada. É do amor. Só perdeu o casamento deles, que eles criaram, mas sente que perdeu tudo: ela, o casamento deles e ele próprio, por já não se reconhecer sozinho, por já não saber quem é - ou querer estar com essa pessoa que ele é.

Se o casamento for pensado e vivido como uma troca vantajosa - tu dás-me isto e eu dou-te aquilo e ambos ficamos melhores do que se estivéssemos sozinhos -, até pode ser feliz, mas não é um casamento de amor.

Quando se ama, não se consegue pensar assim. E agora vem a parte em que se percebe que estes conselhos de nada valem - porque quando se ama e se é amado, é fácil ser-se feliz. É uma sorte estar-se casado com a pessoa que se ama, mesmo que ela não nos ame.

Nova contradição com o 6.º e 7.º parágrafo.

Ouvir um casado feliz a falar dos segredos de um casamento feliz é como ouvir um bilionário a explicar como é que se deve tomar conta de uma frota de aviões particulares - quantos e quais se devem comprar e quais as garrafas que se deve ter no bar, para agradar aos convidados.

Dirijo-me então às únicas pessoas que poderão aproveitar os meus conselhos: homens apaixonados pelas mulheres com quem estão casados.

E às mulheres apaixonadas pelos homens com quem estão casadas? Não tenho nada a dizer. Até porque a minha mulher continua a ser um mistério para mim. É um mistério que adoro, mas constitui uma ignorância especulativa quase total.
Um mistério? falas-te bem. Mas as mulheres não são um mistério, são até bastante simples. As gajas respondem a sentimentos. Não vale a pena debateres lógica com uma gaja, porque ela não sabe o que é lógica. E se souber é porque tem um bigode e antes chamava-se Carlão. As mulheres não servem para discutir Kant ou Nitzsche, servem para te consolar quando estás em baixo, olhar para um bébé e começarem a chorar de alegria, etc, etc. E AINDA BEM QUE ASSIM É. Foda-se não se deve exigir racionalidade às mulheres. Pedir a um cão para voar é ridículo. E o mesmo é com as mulheres.


Assim chego ao primeiro conselho: os homens são homens e as mulheres são mulheres. A mulher pode ser muito amiga, mas não é um gajo. O marido pode ser muito amigo, mas não é uma amiga.
Ora aí está. Deste excremento até se retira qualquer coisa útil. Eu não quero discutir carros, ou futebol com uma gaja, porque simplesmente ela não percebe um crl disso e se falar sobre estes assuntos vai parecer ridícula porque não percebe nada. Futebol falo com amigos. Com as mulheres tem-se intimidade. E aqui entram as badas que começam a falar sobre estes assuntos parecendo ridículas.


Nos livros profissionais, dizem que a única grande diferença entre homens e mulheres é a maneira como "lidam com o conflito": os homens evitam mais do que as mulheres. Fogem. Recolhem-se, preferem ficar calados.

Por acaso é verdade. Os livros podem ser da treta mas os homens são mais fugidios.

Em vez de lutar contra isso, o marido deve ceder a essa cobardia e recolher-se sempre que a discussão der para o torto. Não pode ser é de repente. Tem de discutir (dizê-las e ouvi-las) um bocadinho antes de fugir.

Não pode é sair de casa ou ir ter com outra pessoa. Deve ficar sozinho, calado, a fumegar e a sofrer. Ele prende-se ali para não dizer coisas más.

As más coisas ditas não se podem desdizer. Ficam ditas. São inesquecíveis. Ou, pior ainda, de se repetirem tanto, banalizam-se. Perdem força e, com essa força, perde-se muito mais.


Ah que granda beta. Até tavas a ir bem. Então não se diz nada. Manda-se a toalha. Deve sempre dizer-se a uma gaja o que se pensa. Não se pode é esperar que ela compreenda. A partir do momento que nos apercebemos que ela não chega lá, deve-se olhar para a gaja como se olha para um cão. O problema dos dias que correm é querer dar às mulheres características que são masculinas, exigindo-lhes o mesmo. O que daí advém são aberrações e normalmente gajas bem sucedidas profissionalmente, solteiras/divorciadas que fazem murchar a pila de qualquer gajo que fale com elas mais de cinco minutos. Por isso devemos filtrar a informação que queremos veícular. Verdade dos factos quando menos se diz melhor se está numa relação, por isso deve-se ser sempre curto e directo.

As zangas passam porque são substituídas pela saudade. No momento da zanga, a solidão protege-nos de nós mesmos e das nossas mulheres. Mas pouco - ou muito - depois, a saudade e a solidão tornam-se insuportáveis e zangamo-nos com a própria zanga. Dantes estávamos apenas magoados. Agora continuamos magoados mas também estamos um bocadinho arrependidos e esperamos que ela também esteja um bocadinho.

Nunca podemos esconder os nossos sentimentos mas podemos esconder-nos até poder mostrá-los com gentileza e mágoa que queira mimo e não proclamação.

Isto com toda a gente. Não só com as mulheres. A questão que se põe é que ao não dizer podemos estar a tornar-nos cínicos e ficar a remoer com aquilo. Deve-se dizer sempre tudo o que se pensa. Se a gaja não aguenta next.


Consiste este segredo em esperar que o nosso amor por ela nos puxe e nos conduza. A tempestade passa, fica o orgulho mas, mesmo com o orgulho, lá aparece a saudade e a vontade de estar com ela e, sobretudo, empurrador, o tamanho do amor que lhe temos comparado com as dimensões tacanhas daquela raivinha ou mágoa. Ou comparando o que ganhamos em permanecer ali sozinhos com o que perdemos por não estar com ela.

Mas não se pode condescender ou disfarçar. Para haver respeito, temos de nos fazer respeitar. Tem de ficar tudo dito, exprimido com o devido amuo de parte a parte, até se tornar na conversa abençoada acerca de quem é que gosta menos do outro.Há conflitos irresolúveis que chegam para ginasticar qualquer casal apaixonado sem ter de inventar outros. Assim como o primeiro dever do médico é não fazer mal ao doente, o primeiro cuidado de um casamento feliz é não inventar e acrescentar conflitos desnecessários.

Foda-se não se percebe um crl do que escreves continuamente contradizes-te...


No dia-a-dia, é preciso haver arenas designadas onde possamos marrar uns com os outros à vontade. No nosso caso, é a cozinha. Discutimos cada garfo, cada pitada de sal, cada lugar no frigorífico com desabrida selvajaria.

Carregamos a cozinha de significados substituídos - violentos mas saudáveis e, com um bocadinho de boa vontade, irreconhecíveis. Não sabemos o que representam as cores dos pratos nas discussões que desencadeiam. Alguma coisa má - competitiva, agressiva - há-de ser. Poderíamos saber, se nos déssemos ao trabalho, mas preferimos assim.

A cozinha está encarregada de representar os nossos conflitos profundos, permanentes e, se calhar, irresolúveis. Não interessa. Ela fornece-nos uma solução superficial e temporária - mas altamente satisfatória e renovável. Passando a porta da cozinha para irmos jantar, é como se o diabo tivesse ficado lá dentro.

Fdx que merda mais ridícula. Não há arenas meu crl. A arena é a vida. Se eu preciso de foder a cabeça a uma gaja ou já agora gajo (duma forma não gay) por achar que algo está errado é em qualquer sítio. Não devemos reter as merdas. Ou pelo menos reduzi-las ao mínimo. Fdx que beta crl. Devias ser empalado. Fdx é crls como este que fodem a sociedade.


Outro coliseu de carnificina autorizada, que mesmo os casais que não podem um com o outro têm prazer em frequentar, é o automóvel. Aí representamos, através da comodidade dos mapas e das estradas mesmo ali aos nossos pés, as nossas brigas primais acerca das nossas autonomias, direcções e autoridades para tomar decisões que nos afectam aos dois, blá blá blá.

Vendo bem, os casamentos felizes são muito mais dramáticos, violentos, divertidos e surpreendentes do que os infelizes. Nos casamentos infelizes é que pode haver, mantidas inteligentemente as distâncias, paz e sossego no lar.




Chegados aqui só resta perguntar então como é que ficamos ó Esteves?

(...)Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amorfechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor éamor(...).

Para haver amor é preciso gritaria.

(...)Vendo bem, os casamentos felizes são muito mais dramáticos, violentos, divertidos e surpreendentes do que os infelizes. Nos casamentos infelizes é que pode haver, mantidas inteligentemente as distâncias, paz e sossego no lar.(...)"

Para haver um casamento infeliz que para ti é feliz tem de haver paz e sossego. Conclusão lógica: Nos casamentos não há amor. Continuando se o teu casamento era feliz porque crl foste tu pegar num livro sobre casamentos felizes???

Alguém vê a mesma contradição que eu entre estas duas passagens. Das duas uma: ou o Esteves não ama a mulher de acordo com a sua concepção de amor, ou tudo o que o gajo diz é merda. Prefiro a segunda parte.


O amor não tem nada a ver com a paixão. Pode haver paixão sem amor e o contrário. Numa relação com uma gaja tem de haver paixão, mas o seu lugar será sempre infinitamente menor que o amor.

Toma lá disto ó Esteves:

domingo, 23 de janeiro de 2011

LOYAL TO NO ONE CRL!!!



"The individual has always had to struggle to keep from being
overwhelmed by the tribe. If you try it, you will be lonely often, and
sometimes frightened. But no price is too high to pay for the
privilege of owning yourself
." Friedrich Nietzsche

domingo, 16 de janeiro de 2011

CONFISSÕES DE UMA EX-BADA

"Demorei anos a perceber que as comédias românticas não reflectem a vida como ela é, mas antes o espelho de Harry Potter.
Quanto tempo demoramos a conhecer uma pessoa? Eu diria meia dúzia de anos, no mínimo. E de preferência com alguns episódios/acidentes pelo meio, para conseguirmos conhecê-la tanto nas fases boas como nas más, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade, na alegria e na tristeza, na realização e na privação.

Conhecer bem uma pessoa requer mais do que objectividade e perspicácia; dedicação, inteligência e uma boa dose de amor também ajudam, pois a nossa disponibilidade para o outro é tanto maior quanto a nossa capacidade de o aceitar e de o amar tal como ele é, sem máscaras nem comportamentos encenados de comédia romântica.

Não tenho nada contra comédias românticas, até sou capaz de passar semanas em frente do ecrã a deglutir histórias de amores impossíveis cheias de peripécias cómicas/apaixonantes que acabam quando se tornam possíveis. Uma comédia romântica é um paliativo distractivo e funciona como um analgésico - pode aliviar a dor, mas não a cura.

O grande problema das comédias românticas é que elas nos tornam alérgicos à vida. Isto é, tudo o que elas mostram não é verdade, e tudo o que na vida se assemelha a uma comédia romântica geralmente dá mau resultado.

Mesmo assim, demorei alguns anos a perceber que as comédias românticas não reflectem a vida como ela é, mas antes o espelho de Harry Potter, que mostrava a quem o olhasse, não o passado nem o futuro, mas o que cada um gostava que a sua vida fosse. Ou seja, não um espelho da realidade, mas uma projecção de sonhos e de desejos, quase nunca realizáveis.

É claro que quando temos 20 ou 30 anos gostamos de pensar que o príncipe encantado existe e que é exactamente como o imaginámos; sentimos que somos a Carrie de Sexo e a Cidade ou a Meg Ryan em Um Amor Inevitável, em Sintonia de Amor ou em Você Tem uma Mensagem. Mas o tempo passa e a Meg Ryan perde a graça e a frescura à conta de tantas injecções de botox e de querer preservar aquele ar inocente/pretensamente forte de heroína romântica. Na verdade, aquelas mulheres nunca existiram. Tentar viver a vida como elas é um disparate, dá imenso trabalho e não leva a lado nenhum.

Voltando à pergunta inicial, e partindo do pressuposto que a vida é uma coisa e que as comédias românticas são outra, basta pensar que nas comédias românticas o homem só ressona depois de viver com a heroína há mais de seis meses. Na vida real um homem que ressone, ressona sempre, a não ser que seja submetido a uma intervenção cirúrgica, que nem sempre resolve o problema. É claro que um homem que ressone não deixa de ser amado por isso, mas terá de perceber que poderá ser amado, apesar disso.

Talvez a partir dos 40 uma pessoa já não organize a sua lista de requisitos em relação ao que deseja no outro em função das qualidades que ele devia ter, mas em função dos defeitos que não tem: um homem que seja mentiroso, mandrião, conquistador, que fume um maço de cigarros por dia e que embirre com a minha família não pode estar ao meu lado. E já agora, convém que não ressone. Afinal, não somos nenhumas heroínas, a não ser à força, quando a vida nos obriga."

Por Margarida Rebelo Pinto in
http://sol.sapo.pt/inicio/Opiniao/interior.aspx?content_id=8839&opiniao=Opini%E3o

Foi o primeiro texto que eu li desta gaja e finalmente vê-se uma gaja a dizer a verdade e não a merda que se vê no Sex and the city. Presumo que seja uma ex-bada que se apercebeu que ser bada é uma merda. Enfim, independemente de críticas e subjectividades o texto é bom e vale a pena lê-lo.