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domingo, 21 de novembro de 2010

“Se casares vais arrepender-te de o teres feito, se não casares também vais arrepender-te. Vais arrepender-te quer cases ou não cases. Vais arrepender-te quer cases ou não cases, vais arrepender-te de ambos.
- Soren Kierkegaard.

Soren Kierkegaard era um grande fã de Don Giovanni (aka Don Juan de Mozart). Kierkegaard viveu em arrependimento devido ao noivado anulado com Regine Olsen. Ele temeu que uma vez que ela descobrisse o seu pior lado (lado lunar) ela não mais o conseguiria amar. Muitas das suas primeiras obras tratavam da fé e chegar a termos com a sua decisão de não casar com Regine. Kierkegaard estaria interessado no carácter de Don Giovanni que dormiu com centenas de mulheres com medo que nenhuma viesse um dia a amá-lo. Tanto Kierkegaard como Don Giovanni tinham falta de fé: Não uma falta de fé em Deus, mas uma falta de fé na humanidade.

Qual é afinal o valor fundamental da fé? A fé permite que a mente humana tome decisões na ausência de perfeita informação e absoluta certeza. A fé na sua mais pura forma é essencial para o dia-a-dia. Como poderiamos embarcar num avião, conduzir para o emprego ou simplesmete gerir o nosso dia-a-dia sem um certo grau de fé que a sorte está a nosso favor e que tudo vai ficar bem?
De certeza que se o Don Giovanni estivesse vivo hoje com alegria embarcaria num avião para ir ter com o amor da semana ele teria fé na viagem de avião que poderia em teoria custar-lhe a vida, mas não teria fé nessa mulher de forma a amá-la verdadeiramente ainda que neste último caso não haja perigo de morte.
Esta ironia explica de forma espantosa a inata habilidade humana para reconhecer que a alma é a coisa mais preciosa de todas. Don Giovanni era um dualista que de forma constante tomava riscos com a sua vida mas nunca expunha a sua alma.

O que é então tão pernicioso acerca de abrir-se romanticamente para outro ser humano? Porque não podemos abrir-nos romanticamente para outro ser?
Embora pareça fácil no papel, ser amado por outra pessoa é uma validação de carácter. Embora não seja a única validação do carácter é certo que é uma das mais importantes. Para aqueles que são inseguros quanto ao seu valor, um amor não correspondido traduz-se por uma não validação do seu carácter e para aqueles que sabem o seu valor um amor não correspondido é uma lembrança que estão sozinhos no reconhecimento do seu prórpio valor.
Toda esta situação acaba por ser dolorosa e tal como o bebé que quando nasce começa a chorar muitos de nós deseja voltar para o ventre da mãe.

O útero é a solidão da mente humana. As coisas aí fazem sentido e mesmo quando é uma confusão, é a nossa confusão. Tudo é de forma agradável encapsulado e é confortável, quente e amigável lá dentro. O esforço que o homem faz de forma a regressar ao ventre da mãe é gigantesco.
Carros elegantes e roupas caras são apenas um meio para obscurecer a alma. O snobismo e o ego são ferramentas que muitos usam de forma a vedarmos contra invasões estrangeiras.
O idolatrismo religioso, a absorção em si mesmo, a busca pelo status quo são tudo drogas contra o mundo exterior que impedimos de entrar construindo uma vedação. O ventre (útero) não é porém o local onde devemos estar. Rapidamente conduz a um planeta de seres encapsulados que são tão distantes entre si que uma pessoa facilmente se poderia sentir sozinha numa sala cheia de pessoas. Esta situção conduz a uma sensação de fome num mar de abundância.
Mas se voltar para o útero não é o caminho e se amar cegamente é receita certa para desiluões amorosas que caralho devemos então nós fazer?
Esta é a segunda questão filosófica mais comum. O filósofo russo Chernichevsky escreveu uma grande obra exactamente com este título “Shto Dzelits?" (‘o que fazer?’) que começa com a questão “o que fazer?" e acaba por revolver sem resultados sobre si mesma. Isto acontece porque a resposta à questão só pode ser respondida por acções. Lembremos que a absorção em si mesmo é um pensamento excessivo, funciona como um opiáceo: Um mecanismo para o regresso ao ventre e como tal é parte do problema e não da solução.
Que acções devem então ser tomadas?
1) Devemos rejeitar tudo o que significa o ventre/útero para nós. Deve-se destruir tudo o que nos faz escapar do mundo e todo e qualquer engeno que permite distanciar-nos. Isto não significa que o ventre seja sempre mau: devemos proteger-nos daqueles que que fazem mau uso da amizade. Mas devemos ter conhecimento dos escudos e engenhos que usamos.
2) Quando chegar a altura certa devemos sair do útero e aceitar outro ser humano,a altura certa sucede quando acreditamos que o nosso amor irá ajudar a outra pessoa e pensamos que o amor desta não irá prejudicar-nos.
3) Devemos ajudar outros que estão presos no ventre a reconhecer aquilo que estão a fazer e ajudá-los a sair do ventre.
4) A nossa primeira missão deve ser aprender a aceitar e dar amor.
5) Temos de apercebermo-nos que sempre que saimos do ventre tomamos um risco enorme, mas também que o mesmo é essencial para que consigamos responder à mais importante questão filosófica: “para que é que tudo isto serve"?

Para que é que tudo isto serve? está escrito que o judeus perderam o seu primeiro templo devido à sua inabilidade em perceber e relacionar-se com deus. Deus no entanto percebeu que era muito esotérico e difícil de compreender e por isso deu aos judeus uma segunda oportunidade. Também perderam o segundo templo porque começaram a lutar e eram incapazes de se relacionar-se uns com os outros. Tal foi indesulpável o que levou ao corrente exílio e diáspora.
(...)
Assumindo que os diários de Kierkegaard e as suas confissões são verdadeiras, o noivado com Regine foi o ano mais difícil da sua vida. Kierkegaard viveu atormentado entre a ideia de casamento e a sua necessidade de solitude. Depois de um ano que Kierkegaard anulou o noivado. Regine tentou apaziguar Kierkegaard e conquistar o seu coração, mas ele rechazou os seus avanços.

Kierkegaard afirma que queria afastar Regine dele e forçá-la a casar com outro homem. É possível que ele não se considerasse merecedor do seu amor. É também possível que não quisesse lidar com as emoções associadas ao romance. Independentemente das suas motivações ele tentou ser indiferente e afastar Regine da sua vida. Passados alguns anos, Kierkegaard chamou à destruição da sua relação como uma ferida auto-infligida que lhe causou muito sofrimento. A necessidade de evitar um relacionamento, embora gostasse de Regine, não é compreendida por muitos. Intelectualmente brilhante, embora emocionalmente incapaz de lidar com laços Kierkegaard queria esta só e isolado de grande parte da sociedade. Nada o ligaria mais à sociedade que o casamento.
Appendix – Kierkegaard’s Engagement
Source: http://www.meta-religion.com/Philosophy/Biography/Aabye_Kierkegaard/aabye_kierkegaard.htm

in http://searchwarp.com/swa3693.htm

1 comentário:

  1. Fdxxxxxx

    Que génio do caralho!!!!!
    Gurú Jr., estás para a escrita como eu para as Irlandesas!!!

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